Há diferentes opiniões quanto à etiologia e o tipo de intervenção a adotar nos casos de epicondilite lateral do cotovelo.
Nirschl (1992) acreditava que a afecção é extra-articular na aponeurose dos tendões extensores e no espaço subaponeurótico triangular há a cirurgia para a liberação e o realinhamento das aponeuroses do extensor comum e do extensor radial curto do carpo, bem como a exploração do espaço subaponeurótico.
Mas inicialmente e principalmente mais frequentemente vamos pensar em tratamento conservador.
Osgood (1922) a sugestão de que a inflamação da bursa radioumeral seria a causa primária da afecção, enquanto Trethowan (1929) a correlacionou com a sinovite do cotovelo e Cyriax (1932) afirmou tratar-se de lesão do tendão do extensor radial curto do carpo, na sua origem no epicôndilo lateral, a causa da dor.
Bosworth(1965) enfatizou que a inflamação ou fibrose do ligamento anular é a causa da epicondilite lateral, supondo que tais alterações seriam causadas pela repetida rotação de uma cabeça do rádio assimétrica.
Já Garden (1961) responsabilizou a periostite traumática na origem do extensor radial curto do carpo, ocasionada por repetidas extensões do punho e supinação do antebraço como causa da epicondilite lateral do cotovelo.
Kaplan (1959) correlacionou a compressão dos ramos pericapsulares do nervo radial com os sintomas.
Mulligan (1993) fala de uma falha posicional do complexo do cotovelo.
Há diferentes opiniões quanto à etiologia e a adotar nos casos de epicondilite lateral do cotovelo.
Devemos estar atentos a diagnósticos diferenciais que com freqüência podem ser confundidos com a epicondilite lateral: as instabilidades articulares crônicas, a síndrome do duplo esmagamento com a compressão do ramo motor profundo do nervo radial na arcada de Frohse, no músculo supinador.
O objetivo desse blog não é ensinar protocolos de tratamento, mas sim abrir horizontes, expondo outros tipos de tratamento evidenciados clinicamente.
O objetivo é apenas melhor embasar o fisioterapeuta, para que este possa avaliar e planejar melhor o protocolo que irá utilizar. Devemos ter um pensamento inicialmente ergonômico para evitar que algum fator desencadeador dificulte a evolução do tratamento.
Entretanto, uma abordagem que utilizo e vi bastante eficaz, é a técnica da crochetagem, o mulligan (na posição em que o paciente apresenta o sintoma), a mobilização neural e exercícios de fortalecimento para essa musculatura.
Sempre baseando-se nos achados na avaliação!
Eu estava lendo um outro blog - Manual Therapy Mentor (está nos links ao lado) que apresentou uma abordagem interessante de retreinamento de músculos específicos, estabilizadores locais e globais do cotovelo.
Essa abordagem é baseada nos princípios da Sahrmann de disfunções do movimento e de disfunções no controle motor.
Por exemplo: a dominância do músculo Extensor Radial Longo do Carpo (ERLC), sobre o Braquial e o Braquiorradial como flexor do cotovelo, sobrecarregando a inserção dos extensores comuns do punho, no epicôndilo lateral, podendo resultar em dor na flexão do cotovelo que pode levar diminuição da ADM do cotovelo.
Estabilizadores Locais -
Ancôneo (fibras profundas) - são ativadas durante a pronação, supinação e extensão do cotovelo, promovendo estabilidade as articulações ulnoumeral e radioumeral.
Pronador Quadrado (fibras profundas) - está ativo durante a pronação e a supinação, sendo importante na estabilidade da articulação radioulnar distal.
Supinador (fibras radiais e ulnares profundas) - está ativo durante a supinação e pronação, estabilizando a articulação radioulnar proximal e radioumeral .
Estabilizadores Globais (produzem estabilidade durante a AMD) -
Braquial, Braquiorradial, Tríceps Braquial, Ancôneo (fibras superficiais), Supinador (fibras superficiais), Pronador Quadrado (fibras superficiais), Extensores e Flexores Ulnar do Carpo.
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